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POESIA HUMANA NAS LENTES DE RAO GODINHO

POESIA HUMANA NAS LENTES DE RAO GODINHO

Origens e Início na Fotografia

Rao é um paraense que se autodenomina como o 'fotógrafo do ser humano' e atua no campo da arte há mais de 10 anos, buscando extrair a 'poesia humana' por meio de suas fotografias.

Desde cedo, mesmo não crescendo em um ambiente artístico, Rao sempre contou com o incentivo de seus pais e de sua família. Esse estímulo foi crucial para que ele iniciasse a produção de seus próprios desenhos e músicas. Ao ingressar na universidade em São Paulo, Rao frequentemente era questionado sobre sua terra natal, Belém. Assim, motivado a proporcionar uma visão mais vívida de sua cidade aos amigos, decidiu, de forma completamente amadora, começar a fotografar Belém durante seus períodos de férias. Foi dessa maneira que sua carreira realmente teve início.

 

Diversificação nas Artes e Educação Fotográfica

Além disso, por ter transitado por diversas áreas da arte, como música e desenhos, Rao também teve contato com poesia, chegando a escrever algumas poucas composições, o que, de certa forma, serviu como incentivo adicional para suas incursões na fotografia.

Posteriormente, já consolidado como profissional da fotografia, Rao decidiu ir além do simples ato de fotografar. Foi nesse momento que ele optou por iniciar aulas de fotografia, pois, segundo suas palavras, ele se enxerga nos olhos de seus próprios alunos, vivenciando novamente toda a euforia e o processo de descoberta que ele mesmo experimentou.

 

Motivações e Interseção com a Vida Cotidiana

Em 2017, Rao tomou a decisão de cursar seu mestrado em Portugal, onde concebeu um projeto audiovisual dedicado a trazer um pouco do Brasil e de seu estado para a Europa. Nesse contexto, escolheu reinterpretar a feira do açaí que ocorre em Belém. Esse trabalho é fonte de grande orgulho para Rao, pois, além de apresentar a cultura brasileira e paraense ao mundo, ele também incorporou o que considera sua marca registrada: a expressão poética e cotidiana das pessoas por meio de suas fotografias, sempre com foco na estética amazônica.

 

 

Influências e Colaborações Artísticas

Ao ser indagado sobre suas motivações, Rao destaca a produção estética e a interação interpessoal como seus principais estímulos. Notavelmente, durante seu projeto sobre a feira do açaí de Belém para o mestrado, Rao distribuía as fotos do evento para as pessoas, resultando em um episódio peculiar e tocante.

Ao procurar um senhor ausente no local, conhecido como "Lalá", Rao entregou a fotografia a seu filho. O filho, profundamente emocionado, revelou que aquela era a única imagem que teria de seu pai, que infelizmente falecera uma semana antes da entrega das fotos. Essa interação humana tornou-se a principal motivação de Rao para continuar sua jornada na fotografia, além de contribuir para a divulgação da importância da floresta amazônica.

Devido à sua origem na região amazônica, Rao conta com influências marcantes de fotógrafos locais, tais como Luiz Braga e Elza Lima, além de contar com a colaboração de amigos fotógrafos amadores. Essas referências desempenham um papel significativo na divulgação da riqueza da floresta e, eventualmente, servem como estímulo para iniciativas de preservação local.

 

A Perspectiva de Rao Godinho sobre Arte

Quando questionado sobre o conceito de arte, Rao compartilha sua perspectiva: “A arte é toda forma de produção, não necessariamente estética, imagética ou sonora, que transcende a utilidade, que não é criada com a intenção de venda, mas que emerge profundamente da alma.” Assim, ele reforça que a arte vai além de uma produção voltada para o mercado, embora reconheça a importância da comercialização na vida de um artista. O cerne, segundo Rao, está na expressão dos sentimentos mais íntimos por meio de telas, fotografias ou instrumentos musicais.

Finalmente, ao tentar definir a si mesmo, Rao enfrenta consideráveis desafios ao se rotular como artista. Contudo, ele acaba reconhecendo que, na qualidade de artista, é um indivíduo que incessantemente busca extrair o máximo da poesia e beleza humana. Seu objetivo é registrar esses elementos de maneira que corresponda às suas aspirações e idealizações.

Em síntese, a trajetória de Rao revela um percurso artístico que vai além da simples captura de imagens. Originário da Amazônia, ele destaca a importância de suas raízes na formação de seu olhar fotográfico. Ao buscar expressar a poesia humana e a estética amazônica, Rao transcende as fronteiras da comercialização, destacando a essência da arte como uma manifestação autêntica e profundamente pessoal. Sua jornada, que se estende de Belém a Portugal, evidencia a missão de registrar, de forma única, os instantes fugazes que compõem o rico enredo da vida e da cultura.

 

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